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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ENTERRADO VIVO (CRÍTICA)

Enterrado Vivo
December 15th, 2010 Rauny

Enterrado Vivo (Buried, de Rodrigo Cortés) – Suspense

Elenco: Ryan Reynolds, Robert Paterson (voz), Stephen Tobolowsky (voz), Ivana Miño, Samanhta Mathis, José Luis García-Perez (voz).

Sinopse:Paul Conroy (Ryan Reynolds) é um motorista de caminhão trabalhando no Iraque, e ainda não está pronto para morrer. Mas, quando ele acorda dentro de um caixão a 2 metros abaixo da terra sem a menor ideia de quem ou porque o colocaram lá, a vida dele se transforma em um único esforço extremo pela sobrevivência. Com apenas um celular e um isqueiro, Paul corre contra o curto tempo em busca de ajuda.



Enterrado Vivo é o filme mais corajoso de 2010. São 90 minutos de uma agonia intensa dentro de um caixão fechado. Claustrofóbico e angustiante, o thriller psicológico se desenvolve não apenas como um suspense feroz e sólido, como se apresenta coma extrema experiência de sobrevivência física, e principalmente, mental.

O trabalho do diretor espanhol Rodrigo Cortés é notável. Cortés, ao lado do cinematografista Eduardo Grau, desenvolve a narrativa nervosa aliado a um criativo simples uso de diferentes e exatos ângulos de câmera, capazes de angustiar o público e nos fazer compreender a profundidade da armadilha mortal. Outro grande fator técnico é a iluminação, que isola Reynolds e ajuda no desenvolver do tom dramático da trama.

O roteiro escrito por Chris Sparling é sólido. Paul Conroy é um homem simples, trabalhador, trancando em uma caixa debaixo da terra. É o suficiente para criar o suspense da história, mas não para por aí. Paul tem em seu poder um celular e um isqueiro, e usa o telefone móvel para buscar desesperademente por ajuda. Já não bastasse cada diálogo nervoso de Paul, incluindo os com o seu sequestrador, Cortés faz questão de mostrar cada barra da bateria do aparelho indo embora, elevando a tensão da situação, usando esse fator como um crônometro da esperança de Paul em ser salvo. Já o script de Sparling trata de levar o personagem e o espectador ao limite, principalmente com o modo revoltante em que Conroy é tratado pelo departamento pessoal de sua empresa, que arruma um jeito de se excluir da responsabilidade da situação.

O filme ainda arruma tempo para analisar os efeitos individuais originados pela guerra no Iraque.

A interpretação de Reynolds é fenomenal. Simplesmente não consigo compreender como ele não está sendo comentado na temporada de premiações. Em Enterrado Vivo, vemos o Reynolds versátil e audacioso, longe de seus papéis mais populares. Sua atuação é realista e emotiva, e carrega toda a carga dramática do filme. É, com certeza, uma das melhores performances do ano. É brilhante e angustiante.

Enterrado Vivo é um filme diferente, e com certeza não é pra todo mundo. Mas garanto que, se você é fã de um cinema único e audacioso, não vai se decepcionar com esta saga de extrema busca pela sobrevivência. Rodrigo Cortés é um nome a ser acompanhado de perto.

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